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Fui o que deu pra ser


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Já se pegou olhando para trás, revendo sua trajetória e pensando "Fui o que deu pra ser"? Essa é uma frase que pode soar como resignação, mas que na verdade, carrega em si uma grande dose de autocompaixão e aceitação.


Quando saímos da posição de aprisionamento, quer seja das crenças ou dos condicionamentos comportamentais ou mentais, descobrimos que a vida pode ser mais leve. Com isso, uma mudança acontece e corremos um grande e delicioso risco: Começamos a gostar mais dessa nova versão que nos liberta da pressão de sermos perfeitos, abrimos mão da autocobrança e aceitamos que fomos o que deu pra ser (e olhe que ser o que deu pra ser é MUITA coisa).


É nesse momento que percebemos que a nossa jornada, com todos os seus altos e baixos, é digna de orgulho e respeito. Enxergamos que, mesmo com as limitações e desafios, cada passo foi importante para a construção de quem somos hoje, aprendemos a valorizar nossas conquistas com dignidade e a ser mais gentis com nossos erros.


Essa aceitação traz uma paz profunda, uma leveza de saber que fizemos o melhor que pudemos com a consciência que tínhamos. E, ao nos libertarmos da pressão de sermos perfeitos, abrimos espaço para o crescimento genuíno, aquele que vem da autocompaixão e do amor próprio. O contrário disso é voltar para o lugar da dor, aquele espaço pequeno onde você tem que fazer um grande esforço para caber e se sentir respeitado. Podemos exemplificar as vezes em que você se esforçou ao máximo para ser a pessoa perfeita para os outros, mas acabou se esquecendo de si mesmo e que provavelmente, as pessoas envolvidas não tiveram a noção do que isso significou para você e do que você teve que abrir mão durante este processo. Em outros casos, por mais que você verbalize seus esforços para as pessoas, nem sempre será compreendido ou valorizado.


A boa notícia é que, em algum momento, muitos de nós chegamos a um ponto de virada. É aquele instante de clareza em que percebemos que a nossa trajetória, com todas as suas imperfeições e tropeços, é válida e digna de amor e respeito. Esse ponto de virada pode vir em uma manhã em um dia inespecífico ao tomar um café e refletir sobre a vida. Pode surgir durante uma conversa com um amigo querido, ou em situações caóticas onde você se dá conta de que foi muito duro consigo mesmo a ponto de sentir seu coração tocado de modo a fazê-lo enxergar sua própria jornada com novos olhos.


A partir dessa compreensão, nasce uma profunda compaixão por si mesmo. Você começa a entender que apesar de todos os desafios, das decisões difíceis e dos caminhos tortuosos, você fez o melhor que pôde com o que tinha naquele momento. E isso é mais do que suficiente.


Aceitar que que você "foi o que deu pra ser" é um ato de resistência. É reconhecer que cada passo dado, cada erro cometido, e cada vitória alcançada fazem parte da construção do ser maravilhoso que você é hoje. É entender que a jornada é contínua e que o crescimento e a evolução acontecem a cada dia. Então, da próxima vez que a autocobrança vier te visitar, respire fundo e lembre-se: você fez o que pôde, com o que tinha, onde estava. E isso é incrível.


Seja gentil consigo mesmo. Celebre suas conquistas, aprenda com seus erros e, acima de tudo, ame a pessoa que você é, exatamente como é. Afinal, você é um ser em constante evolução, e isso é motivo suficiente para se orgulhar pois você não é o mesmo de ontem, e não será o mesmo de amanhã. A grande sacada talvez seja essa: Fazer as pazes com a impermanência e estar aberto para viver a vida em cada nova versão que você conseguir ser.


 
 
 

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