Você tem coragem de ser vulnerável?
- Maíra Santos

- 7 de out. de 2024
- 2 min de leitura

A vulnerabilidade ainda é um grande tabu para muitas pessoas. Em uma cultura que valoriza a força, a autossuficiência e a perfeição, mostrar nossas fragilidades pode parecer arriscado ou até mesmo indesejável.
Muitos acreditam que ser vulnerável é sinônimo de perda e exposição ao julgamento alheio. Por isso, acabamos escondendo nossas emoções mais profundas, as incertezas e até os erros, na tentativa de manter uma imagem de que estamos sempre bem, sempre no controle. No entanto, é justamente na vulnerabilidade que encontramos um caminho mais autêntico para as relações e para o nosso próprio crescimento.
Todas as vezes que eu me permiti ser vulnerável, além de compartilhar questões profundas e complexas, percebi que isso me humanizava diante das outras pessoas. Ao me abrir, o peso do estereótipo, criado a partir de um fato isolado que os outros atribuíam a mim, começava a se dissolver. Em vez de ser vista apenas por uma característica ou momento específico, eu me mostrava de forma mais completa, real e autêntica.
Esse processo não só modificou a forma como os outros me viam, mas também me trouxe uma grande transformação interna. Ao me despir das expectativas e das máscaras de perfeição, pude fazer as pazes com o meu próprio ego. Escolher conscientemente ser uma versão imperfeita e humana me trouxe leveza, e percebi que isso não era um sinal de fraqueza, mas de força. A vulnerabilidade me ajudou a aceitar minhas próprias falhas e limitações, e, ao mesmo tempo, a abraçar a minha verdade.
Se você quer experimentar essa transformação em sua própria vida, comece com pequenos passos. Tente, por exemplo, compartilhar um sentimento verdadeiro com uma pessoa de confiança. Pode ser algo que você tem guardado, como um medo, uma insegurança ou até um erro que te incomoda. Quando fazemos isso, abrimos espaço para que o outro também se mostre, criando uma troca mais profunda. Lembro de uma vez em que compartilhei com um amigo o quanto me sentia insegura em relação a uma decisão importante. Para minha surpresa, ele admitiu que passava por algo parecido, e, de repente, estávamos nos apoiando mutuamente, em vez de mantermos as aparências.
Outro caminho é começar a reconhecer suas limitações nas situações do dia a dia, seja no trabalho ou em casa. Ao admitir que não sabemos ou não temos todas as respostas, permitimos que os outros se aproximem e ofereçam ajuda. Um colega de trabalho, por exemplo, pode se sentir mais confortável para colaborar quando percebe que você também tem dúvidas ou dificuldades. Essa abertura gera conexões mais genuínas e fortalece os relacionamentos.
Ser vulnerável é, na verdade, um ato de coragem. É escolher conscientemente a verdade, a imperfeição e a humanidade. Então, você tem coragem de se mostrar assim, sem máscaras?



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